Feijoada (quase) completa

Nada melhor do que chamar os amigos pra conversar, tomar uma bem gelada e se esbaldar de comida, de poesia e prosa, de música e melodia, de imagens e memórias, enfim, de amizade. Sem formas fixas, do jeito que a cabeça e a emoção pedir, da maneira que cada um prefere se expressar. Todos os amigos podem contribuir pra que essa feijoada deixe de ser "quase" e venha a ser completa. Um grande beijo nesta saudação inicial dos amigos José Neto e Anadora Andrade.

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Bico de pena


Peço que perca essa pena
Não quero que me escreva
Assim...tão de leve...

Suas palavras não permitem
(nem você consente)
Um minuto de descanso.

Rogo, queime essa pena!
E de suas palavras escorrem
Tinta negra e espessa no papel.

Seus versos descrevem
Meu olhar inquisidor,
Minha tinta em confusão.

Afaste o bico do papel, quebre-o!
E a caneta habilmente
Desliza sobre a minha tela

Minhas cores não querem conforto!
Nem sua falta de alegria...
Não quero bico de pena.

Sim, fecho os olhos.
E ordeno: esconda-a!
Mas eis que encontrei
Um bico de pena
Dentre os meus pinceis.

Cida Mello