Vento a galope
O vento apita em minha janela
como um trem que galopasse,
sendo ele, estranha dupla condição,
seu guia e a própria montaria.
Pra mim, esse vento tanto quanto incontrolável
paixões que se avizinham.
Tão quanto barulhentas
insetos naquele silêncio
mágico, gutural, irreproduzível da madrugada.
Controle perdido não mais procurado
se o verso exigir franqueza.
Pra abdicar plenamente da inteligência,
sensação qual o vento-trem galopante,
precisará esperar menos
que o intocável instante agora.
Faça-se capaz de ouvir
o deslizar entre os pêlos
de células de água ar e meus dedos.
Perceber que gritam
falares e olhares já tantos.
Significativos sutis
pra essa escassa percepção
dos vinte e poucos vividos
e muito menos amores.
Nos toque o mesmo vento
(pedido desejo, ansiosa curiosidade)
em um ritmo rápido,
cadenciado e constante,
como a regra desse nosso desenrolar.
Tão estranhamente próprio.
Medrosamente próprio.
Confortavelmente próprio.
Sem saber ou confessar
o que terminei por dizer,
como outras vezes,
oblíqua e transversal.
Tanto quanto sincero e verdadeiro
aquele segredo indevido
que expõe descuidada criança.
Mesmo não havendo nada mais óbvio,
latente pulsante gritante,
enfim, perceptível.
Tão quanto veloz galopante
o vento-trem já sem guia.
Somente montaria livre
na janela agora descerrada.
Neto José
4 Comments:
At 8:04 PM,
Anônimo said…
saudade de vc, meu amigo!
At 12:21 AM,
Anônimo said…
linda!!!
dizer mais o que ne??
só que te adoro aquele bucadao ne...
At 5:30 AM,
Anônimo said…
Great site loved it alot, will come back and visit again.
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At 4:33 PM,
Anônimo said…
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