Feijoada (quase) completa

Nada melhor do que chamar os amigos pra conversar, tomar uma bem gelada e se esbaldar de comida, de poesia e prosa, de música e melodia, de imagens e memórias, enfim, de amizade. Sem formas fixas, do jeito que a cabeça e a emoção pedir, da maneira que cada um prefere se expressar. Todos os amigos podem contribuir pra que essa feijoada deixe de ser "quase" e venha a ser completa. Um grande beijo nesta saudação inicial dos amigos José Neto e Anadora Andrade.

sábado, 8 de março de 2008

Tomei o ar que respira.
Entrei no salão
onde só cabia a nós dois
e o que não nos era
nos pertencia em plenitude.
Lá fora acompanhavam o funeral
e riam sem trégua do morto
que houvera sido um bom homem.

Aos que bebiam vinho
com o odor de formol
a adentrar nas narinas,
abri portas e janelas
sem as perguntas que Alice faria.

Ninguém quis passar através delas
à exceção de um homem
que não olhou para trás.
Deixou dolorido o presente
que um dia guardou egoísta
todas as melhores possibilidades.
Ele, por ser eu, terá uma morte risível.
E, por não ser mais eu,
acampará nas estrelas até lá.
Sozinho.

José Neto