Feijoada (quase) completa

Nada melhor do que chamar os amigos pra conversar, tomar uma bem gelada e se esbaldar de comida, de poesia e prosa, de música e melodia, de imagens e memórias, enfim, de amizade. Sem formas fixas, do jeito que a cabeça e a emoção pedir, da maneira que cada um prefere se expressar. Todos os amigos podem contribuir pra que essa feijoada deixe de ser "quase" e venha a ser completa. Um grande beijo nesta saudação inicial dos amigos José Neto e Anadora Andrade.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Madrugada


A madrugada adormece
após o gozo singelo
tomado delicadamente de mim.
O escuro e o frio não são mais tão inseguros
porque a envolvo em meus sonhos.

Ainda assim sufoca sua alma.
É tão irremediável
que meus braços
são a opressão mansa e imutável
que experimenta cada povo
ao longo da estória.

A solidão livre é uma escolha
que ninguém poderá lhe negar.
Jamais será impedido
ou esclarecido de modo suficiente
ou cantado sem minhas lágrimas
seu alívio em contrapartida.

Um prazer duvidoso
e mais denso a espera.
Um rubor que encontrou e perdeu em mim.
Fatal descobrir, à tardinha,
que o encanto do que é efêmero
só tem tal essência
por ser, simplesmente, ausência.

Assim como a dedicatória
que permanecerá esquecida
na folha em branco.

José Neto