Feijoada (quase) completa

Nada melhor do que chamar os amigos pra conversar, tomar uma bem gelada e se esbaldar de comida, de poesia e prosa, de música e melodia, de imagens e memórias, enfim, de amizade. Sem formas fixas, do jeito que a cabeça e a emoção pedir, da maneira que cada um prefere se expressar. Todos os amigos podem contribuir pra que essa feijoada deixe de ser "quase" e venha a ser completa. Um grande beijo nesta saudação inicial dos amigos José Neto e Anadora Andrade.

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Passou o sentir, não pude tocar
meu paço violão
foi desafinar.

Anadora Andrade

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Cores dos dias

Você tem cor preferida?

- Tinha,
a mistura não encontro mais
era cor de coração quente
vermelho-mulher,
cor proibida simplesmente.

De que cor é seu caminho?

- Azul em cima.

Todavia ela se enfeita
num sorriso furta cor
rouba o tom cinza do dia
faz chover em Salvador.

Anadora Andrade

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Do que não sou


Para quem nunca precisou tornar-se
Já que é
Você

Organicamente despido de conclusões
Dispensa a sublime racionalidade

Invejo-te
Nas minhas limitações lógicas

Condenada à eterna concatenação de idéias
Sigo desejando ter sido
E você nem se apercebe;
Percebe sem saber
Que sempre fora; inocentemente sendo.

Christiane Andrade

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Menina


Ela é menina
de poucos talentos atléticos
quase nenhuma coordenação motora.

Ela é menina
e jamais quis aquela bola
que mesmo rosacordemenina
não lhe enche os olhos
tampouco o coração.

Ela menina
quando crescer pra mulher
sequer vai lembrar
que naquele dia rosacordemenina
quis (precoce maturidade das meninas)
um futuro qualquer cor
desde que fosse futuro.

Mas ela menina-mulher-menina-mulher
sequer vai perceber
que foi roubado o futuro
que ficou frígido, fosco e disforme
e lhe negou os sonhos de outrora.

Ela crescida mulher
ainda vai sonhar
com a boneca bonita
que a bola roubou.

Neto (José)

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

FUTURO DO PRETÉRITO


Te amaria eternamente
até quando não pulsasse
mais meu coração.
Enfrentaria o mundo todo
pr'a uma dia ter de novo
minha mão na tua mão.
Com os meus lábios em teus lábios
nem o poder dos céus, páreos
seriam para calar o nosso
amor, que o passado toma
para si, pondo em coma
o sentir que sem ti não posso.
Eu te amaria...
enfrentaria tudo...
o céu calaria mudo.
E a terminação ´ia´
perderia seu passado
num futuro conjugado.


Vinícius Soares Carvalho